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SEVERINO SOMBRA




SEVERINO SOMBRA


Severino Sombra de Albuquerque nasceu em Maranguape – Ceará em 08 de junho de 1907 e faleceu em Vassouras no dia 12 de março de 2000 vítima de um infarto fulminante.

Foi um brasileiro muito dinâmico e intelectualmente ativo. Aos oito anos iniciou seus estudos no Colégio Sagrado Coração dos Irmãos Maristas, um colégio de elite da Fortaleza da época. Transferiu-se para o Rio de Janeiro e ingressou na Escola Militar de Realengo onde formou-se oficial em 19 de janeiro de 1929, aos 22 anos.


Currículum Vitae

Em 1928, ainda cadete, foi eleito membro da Academia Mariana de Letras, no Rio de Janeiro. Tenente recém formado voltou para Fortaleza e fundou o periódico Folha dos Novos, de circulação mensal, comprometido com a renovação intelectual. Em 1931 fundou a Legião Cearense do Trabalho, instituição que congregou todas as associações de classes, fundamentado numa filosofia social cristã. Despertava sua vocação política. Na legião fundou um tribunal o qual pode ser considerado o início da Justiça do Trabalho nas Américas. Em 1932 fez parte do gabinete do Ministro do Trabalho, Plínio Salgado, mas foi exonerado por apoiar a Revolução Constitucionalista deflagrada em São Paulo. Foi preso e deportado para Portugal onde permaneceu de novembro de 1932 a novembro de 1933. Foi repatriado, anistiado, reconvocado, promovido a capitão e enviado para servir na 5ª seção do Estado Maior do Exército, departamento responsável pelos estudos históricos e geográficos.

Voltando à atividade política foi chefe da Legião Cearense do Trabalho e fundou a Primeira Juventude Católica Operária das Américas. No exército ocupou os cargos de Diretor do Departamento de Estudo e Planejamento e de Presidente do Conselho Técnico Consultivo da COFAP (Comissão Federal de Abastecimento e Preços). Foi também Diretor Executivo da Comissão de Abastecimento do Nordeste e da Associação Brasileira de Planejamento. Presidiu a Liga dos Professores Católicos do Ceará e foi membro do Conselho de Educação. Foi professor de sociologia na Escola Militar de Realengo e no Curso de Candidatos à Escola do Estado Maior do Exército. Fora do exército foi Diretor da Faculdade de Ciências Sociais, diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Vassouras, Coordenador Acadêmico da Fundação Educacional Severino Sombra, superintendente do Hospital Escola Jarbas Passarinho, presidente da Associação Brasileira de Centros Sociais e da Associação Cearense de Educação e Saúde. Foi presidente da Associação Profissional das Entidades Mantenedoras do Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, presidente da Comissão Executiva Central no Primeiro Congresso Brasileiro de Ensino Superior Particular e membro da Presidência Colegiada da Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior Particular. Fundou em Vassouras uma faculdade de medicina que evoluiu para Faculdades Integradas Severino Sombra as quais, em 1997, passaram a compor a Universidade Severino Sombra, da qual foi Presidente. Foi Presidente do Conselho Técnico e Científico da Associação Brasileira de Pesquisas e Estudos Arqueológicos. Presidente da Associação Sul Fluminense de Seleção de Recursos Humanos. Presidente de Honra da Liga Sul Fluminense de Combate ao Câncer. Escritor, jornalista, em 1936 fundou o jornal Folha dos Novos, da linha de renovação intelectual católica, o jornal que expôs a Doutrina Social Cristã, e promoveu o reaparecimento da Revista Militar Brasileira. Dirigiu no Brasil a Military Review, revista oficial do Estado Maior do Exército Americano. Como escritor publicou diversos livros abrangendo diversas áreas da sociologia e das relações humanas e colaborou em vários jornais com artigos e publicações de teses, ensaios, memórias, conferências . . . Na política foi Presidente do Parido Trabalhista Nacional (PTN); Deputado Federal pelo Ceará; Secretário de Segurança Pública do Ceará; Assessor do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; e Assistente do Ministro da Justiça.

Quando esteve exilado em Portugal visitou Coimbra e deslumbrou-se com a existência de uma universidade de alto nível instalada numa cidade interiorana e intuiu a ideia de criar uma Coimbra Brasileira.

De volta ao Brasil e posto a servir no Rio de Janeiro passou a visitar cidades do entorno da capital e analisar as condições para a efetivação de seu sonho. Por fim conheceu Vassouras e pela conjunção de muitos fatores que julgou favoráveis decidiu instalar ali uma Faculdade de Medicina. Mas a empreitada não foi tão fácil assim. Faltaram recursos e enfrentou resistência de parte da população que, acostumada à vida monótona, temia que a instalação de uma faculdade, atraindo muita gente de fora, com diferentes costumes, afetaria a tranquilidade do lugar. Mas a tenacidade, perseverança, persistência e obstinação venceram e a faculdade foi enfim instalada. Funcionou inicialmente no palácio do Barão de Massambará, que encontrava-se desocupado e sofrendo depreciação e foi restaurado para a instalação da faculdade. Com o tempo a iniciante Escola de Medicina de Vassouras transformou-se na atual Fundação Educacional Severino Sombra, um complexo que compreende a Universidade, o Colégio de Aplicação, uma escola de ensino fundamental, o Hospital Universitário e o complexo poliesportivo conhecido como Sombrão. Tudo isso constitui-se num importante fator de desenvolvimento sócio-educacional-econômico que gera renda e empregos para o município de Vassouras, para o estado do Rio de Janeiro e para o país.

Severino Sombra faleceu em 12 de março de 2000. Sua residência, no Bocaina, região do bairro Madruga, está preservada e abriga o Memorial Severino Sombra o qual é aberto à visitação pública e realiza atividades ocupacionais com cursos de pinturas e afins.

No solar onde nasceu, em Maranguape, conhecido como O Solar dos Sombra, funciona hoje uma agência da Caixa Econômica Federal.


Nota: Em dezembro de 2019 foi inaugurada mais uma unidade do complexo da Fundação Educacional Severino Sombra (FUSVE), trata-se do Centro de Convenções General Sombra com a finalidade de receber diversos eventos, tais como palestras, congressos, feiras, shows, formaturas e atividades afins.


Fontes:

* Severino Sombra, Retrato de um Estadista. de Eduardo Augusto Lebres Moura

http://www.cbg.org.br/novo/colegio/historia/galeria-socios/severino-sombra-de-albuquerque     

   

Solar dos Sombras - Maranguape - Ceará



RAUL  FERNANDES



  Raul Fernandes foi um eminente jurista da região do Vale do Paraíba que teve grande destaque em Vassouras.

      Nasceu na Fazenda São João, à margem esquerda do rio Paraíba do Sul, na freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença. Era filho do dr. Antônio José Fernandes e de Isabel Peregrina Werneck Pinheiro, e neto materno do Visconde e da Viscondessa de Ipiabas, Peregrino José d'Américo Pinheiro e Ana Francisca de São José Werneck. Foi casado por duas vezes mas não teve descendentes.

Iniciou seus estudos em Vassouras e em São João Del Rei, cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, tendo sido aprovado com distinção e recebeu como prêmio uma viagem à Europa pela excelência de sua aprovação.

Inicialmente advogou em Vassouras e em Barra do Piraí. Foi nomeado Promotor Público em Vassouras onde exerceu o cargo de 1898 a 1907 e depois mudou-se para o Rio de Janeiro.

Como político foi vereador em Vassouras, deputado estadual no Rio de Janeiro e deputado federal pelo Rio de Janeiro até 1922. Foi presidente da província do Rio de Janeiro de 31/12/1922 a 11/01/1923, tendo governado apenas por onze dias e deixado o cargo por força de intervenção federal decretada pelo presidente da república, Artur Bernardes. Foi Consultor Geral da República de 18 de fevereiro a 14 de novembro de 1923.

Após o término da Primeira Guerra Mundial, no ano de 1919, foi nomeado Delegado Plenipotenciário para a Conferência de Paz de Paris, assinou o Tratado de Versalhes e representou o Brasil na Comissão de Reparações de 1919 a 1920.

Foi delegado do Brasil nas Assembleias das Nações, reunidas em Genebra nos anos de 1920, 1921, 1924 e 1925. Também foi membro do Comitê dos Juristas, nomeado pelo Conselho da Sociedade das Nações, para organizar o projeto do Estatuto da Corte Permanente de Justiça Internacional, reunido em Haia, de junho a julho de 1920.

Foi, ainda, embaixador do Brasil em Bruxelas, na Bélgica em 1926, e Presidente da Delegação do Brasil, na 6ª Conferência das Repúblicas Americanas, reunida em Havana (Cuba), em janeiro de 1928. Foi Deputado Federal Constituinte pelo Estado do Rio de Janeiro, em 1933, e relator Geral do projeto da Constituição de 1937.

No governo do general Eurico Gaspar Dutra, foi Ministro das Relações Exteriores. Como chanceler assinou o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, TIAR, cortou relações diplomáticas com a Rússia e não reconheceu a República Popular da China, contrariando a opinião favorável do Embaixador Brasileiro na ONU, o sr. Oswaldo Aranha, preferindo seguir o alinhamento com a política dos Estados Unidos da América.

Após o suicídio de Getúlio Vargas voltou a ocupar a pasta de Ministro das Relações Exteriores a convite do então presidente João Café Filho.

Foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, de 1945 a 1948. Após a Segunda Guerra Mundial, foi nomeado Delegado do Brasil para a Conferência de Paz, em 1946, Chefe da Delegação do Brasil na Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança do Continente em 1947, e Chefe da Delegação do Brasil na terceira Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 1948.

Foi Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1952. Em 24 de dezembro de 1948 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e em 6 de maio de 1955 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal.

Atuou durante quase 20 anos como testamenteiro do espólio deixado em Paris pela benemérita Eufrásia Teixeira Leite e em 1953, quando era chanceler, promoveu o tombamento pelo Patrimônio Histórico Nacional do Museu Casa da Hera e do centro histórico de Vassouras.

É homenageado com um busto na Praça Barão do Campo Belo, o principal logradouro público de Vassouras.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Fernandes






MAURÍCIO DE LACERDA


Maurício Paiva de Lacerda nasceu em Vassouras em 01/06/1888 e faleceu aos 71 anos em 23/11/1959. Foi um político destacado, classificado como defensor dos operários, comunista e anarquista assumido. Era filho de Sebastião Lacerda, um político que exerceu as funções de Ministro de Viação e Obras Públicas e Ministro do STF. Seus irmãos, Paulo Lacerda e Fernando Paiva de Lacerda foram importantes dirigentes do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Foi pai de Carlos Lacerda, um dos mais polêmicos políticos brasileiros que chegou a ser governador do antigo Estado da Guanabara.

Maurício de Lacerda foi prefeito de Vassouras de 1915 a 1920 e de 1932 a 1935. Exerceu também o cargo de Deputado Federal pelo Rio de Janeiro em três legislaturas. Foi dirigente do PCB. Esteve preso em 1936 acusado de participar da Intentona Comunista mas após a redemocratização do país, em 1945, mudou suas convicções e filiou-se à UDN, um partido anticomunista.

É homenageado com um busto na Praça Barão do Campo Belo e uma estátua de corpo inteiro em frente da antiga Estação Rodoviária, no centro da cidade.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maricio_Paiva_de_Lacerda





CAETANO FURQUIM


Caetano Furquim foi personalidade de grande destaque no cenário nacional. Nasceu em Camanducaia a 11 de novembro de 1816 e faleceu aos 63 anos, em Caxambu, no dia 21 de março de 1879. Era filho do Capitão-Mor Manuel Furquim de Almeida e de Ana Bernardina de Melo e tinha três irmãos, a saber: Batista Caetano de Almeida, José Caetano de Almeida, de quem era gêmeo, e Francisco de Assis Furquim de Almeida.

Foi um grande advogado e empresário. Ficou órfão ainda muito novo e teve sua educação orientada pelo irmão mais velho, Batista Caetano. Iniciou os estudos em São João Del Rei e formou-se em Bacharel de Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo.

Fundou no Rio de Janeiro uma empresa de exportação de café, a Casa Comissária Furquim e Irmãos, que depois passou a denominar-se Furquim e Joppert, chegando a exportar mais de um milhão de arrobas de café por ano.

Era portador de uma grave lesão cardíaca para a qual buscou tratamento na Alemanha. Aproveitando a viagem levou consigo, escondido dos empresários ferroviários ingleses e americanos que operavam no Brasil, um projeto para implantação de uma via férrea no Rio de Janeiro. Lá tomou conhecimento de um sistema de ferrovia por cremalheiras e contratou às próprias custas dois irmãos engenheiros para viabilizarem o projeto e traçar uma linha férrea que atravessasse a Serra do Mar e chegasse à região sul fluminense e a Minas Gerais e São Paulo.

Esse projeto transformou-se mais tarde no embrião da Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II, cujo tratado foi assinado no palacete do Barão de Vassouras em 1853 e deu origem à Estrada de Ferro Central do Brasil. Caetano Furquim fez parte da primeira diretoria da Estrada de Ferro D. Pedro II ao lado de Cristiano Ottoni e Luiz Peixoto de Lacerda Verneck.

Homem excessivamente modesto sempre recusou convites para os cargos públicos que lhes foram oferecidos. Não aceitou ser Ministro da Fazenda nem Inspetor da Alfândega do Rio de Janeiro.

Foi um dos sócios fundadores da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Morou em Vassouras, onde possuía uma belíssima casa na qual hoje funciona um convento e um colégio das irmãs da Congregação dos Santos Anjos, e foi Presidente da Câmara de Vassouras.

Empreendedor, fundou e incrementou em Caxambu o Palace Hotel e o Parque das Águas.

Quando a estrada de ferro chegou em Barão de Vassouras a estação recebeu primeiramente a designação de Caetano Furquim.

Casou-se duas vezes. A primeira com Ambrosina Teixeira Leite, filha do Barão de Vassouras, e a segunda com sua cunhada Maria Paulina Teixeira Leite.


Deixou escritos:

* Relatório de estudo comparativo de dois alinhamentos da estrada de ferro entre as cidades de Cachoeira e Alegrete, no Rio Grande do Sul, apresentado ao Ministério da Agricultura, no Rio de Janeiro, em 1874 por ele próprio, C. B. Ottoni e Herculano Velloso Ferreira Pena.

* Memória justificativa dos planos apresentados ao governo imperial para a construção da estrada de ferro entre Porto Alegre e Uruguaiana, com cartas e mapas. Apresentada no mesmo ano de 1874.

* Conflito entre as Estradas de Ferro Leopoldina e Rio Doce com a união, em 1878.

Caetano Furquim é homenageado com o nome da principal rua de comércio do centro da cidade de Vassouras.


Fonte: http://pt.wikipwdia.org/wiki/Caetano_Furquim_de_Almeida





MONSENHOR RIOS



Monsenhor Rios nasceu em Congonhas do Campo, província de Minas Gerais, no ano de 1806 e ordenou-se sacerdote em 1831. Foi exercer seu ministério em Bananal, SP, de onde saiu para servir ao povo de Deus em Vassouras. Tornou-se apóstolo dos pobres e benfeitor de escravos. Permaneceu em Vassouras até sua morte, ocorrida às 04 horas da manhã de 09 de janeiro de 1875.

A vida dos escravos era completamente desvalorizada, sua dignidade humana não era sequer reconhecida, muito menos respeitada. Eram tratados como mercadoria de propriedade de seus senhores. Trabalhavam como máquinas e alimentavam-se em condições precárias. Alguns eram aproveitados como reprodutores para aumentar o plantel dos seus senhores. Morriam desprezados, muitas vezes vítimas de maus tratos, e nem mesmo eram sepultados, quando muito colocados em cova rasa ou em vala comum. Monsenhor Rios apiedava-se dessas condições de morte e com suas mãos cavava covas fundas e transplantava os cadáveres dos escravos.

Quando em vida recomendou aos seus fiéis que à sua morte fosse sepultado em cova simples ao lado da capela do cemitério, e que nenhum monumento ou túmulo fosse construído em sua homenagem. Porém, pouco tempo depois de sua morte começaram a surgir relatos de milagres obtidos através da sua interseção. O povo da cidade mandou então construir um túmulo no local de seu sepultamento. A partir de então começou a surgir o mistério da flor de carne.

Todos os anos, até aos dias de hoje, nasce na cabeceira do túmulo de Monsenhor Rios, diretamente do chão, uma misteriosa e estranha flor com a textura assemelhando-se à carne do coração e que se for tocada exala odor de carne putrefada. O ápice de sua apresentação acontece exatamente no dia de finados.


A Flor de Carne

Passado o 02 de novembro a flor entra em regressão até desaparecer por completo. Simultaneamente desenvolve-se um arbusto folhoso que cresce viçoso até ao dia de Corpus Christi alcançando aproximadamente um metro e meio de altura. Suas folhas são largas e seu caule apresenta alguns espinhos.

Passado o dia de Corpus Christi o arbusto entra em regressão. Suas folhas amarelam e secam e a planta morre completamente. Em início de outubro novamente começa a brotar a flor de carne desenvolvendo-se até seu apogeu no dia de finados.

Hoje, o local da flor encontra-se protegido por um gradil pois a flor não pode ser tocada e, se tocada, exala um odor muito forte de carne putrefada.

A flor já foi estudada por botânicos de vários países e constatada que é única no mundo. Na áfrica existe uma flor semelhante mas com acentuadas diferenças.


Uma Curiosidade

Conta-se que Joviniano Fontes ao assumir o posto de zelador do cemitério e desconhecendo o fenômeno da flor de carne arrancou o arbusto em desenvolvimento e resolveu cimentar a cabeceira do túmulo do Monsenhor Rios para melhorar o seu aspecto. Passado algum tempo eis o Joviniano assombrado vendo sair do chão, misteriosamente, rompendo a camada de cimento, a frágil flor de carne.



A Flor de Carne





PADRE SALÉSIO


Padre Salésio é personalidade de destaque em especial no bairro Madruga, mas especialmente na comunidade capela, quase paróquia, de Santa Rita de Cássia, onde foi vigário por aproximadamente 30 anos. Pertencia à ordem dos Padres Salvatorianos, isto é, da Sociedade do Divino Salvador, fundada em 1881 pelo padre João Batista Jordan, posteriormente nominado Francisco Maria da Cruz.

Padre Salésio Schimid era alemão nascido em 09 de junho de 1906 e ordenado sacerdote salvatoriano aos 32 anos de idade, em 08 de dezembro de 1938, coincidentemente no dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade de Vassouras, para onde se dirigiu pouco antes de 1950 e onde tornou-se responsável pela capela de Santa Rita de Cássia, no bairro Madruga e ainda outras capelas menores.

É reconhecido como um sacerdote dinâmico, trabalhador, dedicado à comunidade, humano, humilde e comunicativo porém autoritário e decidido. Seu objetivo ia além do evangelizar, priorizava também o educar, por isso sempre abria escolas ao lado das igrejas que administrava:

Na capela de Santa Rita de Cássia fundou a Escola Isolada Santa Rita, na capela de Nossa Senhora Aparecida, em Cananeia, fundou a Escola Estadual Romeiro Neto, na capela de Nossa Senhora Aparecida, em Pirauí, fundou a Escola Municipal e na capela de Santa Cruz, no bairro Estiva, fundou a Escola Estadual Estiva. Atualmente todas essas escolas sofreram alterações em suas estruturas e administrações. A Escola Isolada Santa Rita foi transferida para um CIEP, o de número 297, que leva seu nome: CIEP Padre Salésio Schimid, localizado na Avenida Paulo Torres. No prédio onde a escola funcionava está instalado o CPP (Conselho Paroquial de Pastorais) da comunidade de Santa Rita de Cássia. A escola Romeiro Neto, de Cananeia, hoje está municipalizada. E a escola municipal de Pirauí está fechada, bem como a Escola Estadual de Estiva.

Além de sacerdote, o Padre Salésio também exercia a função de professor. No ginásio de Vassouras, colégio misto fundado pela Professora Maria José Rangel de Araújo, avó do cantor Cazuza, lecionava latim para os alunos e alunas das turmas de primeira à quarta série do curso ginasial. Conta-se que era fiel e pontual, nunca faltava nem se atrasava. Chegava sempre dirigindo um carrinho Ford daquele modelo apelidado na época de “baratinha”. Com esse mesmo carrinho percorria as comunidades onde fundara igrejas e escolas. Trajava sempre sua batina preta, a nova indumentária da ordem SDS (Sociedade Divino Salvador), antigamente, antes do reconhecimento da sociedade como ordem religiosa, a batina usada era da cor cinza. Em suas aulas tratava pouco de religião, comentava sobre sua participação na guerra, o que lhe custou a perda da sensibilidade e de alguns movimentos de um dos polegares. Ficava nervoso com barulho e insistia para que os alunos mantivessem-se em silêncio durante suas aulas, o que nem sempre conseguia. Conhecia todos os alunos, de todas as turmas, pelo nome completo da lista de chamada. Dizia que a nota 10 era somente para Deus, o professor era 9 e o melhor aluno 8. Diz-se que a nota que mais aplicava era 4.

Tinha uma velha batina cinza que costumava usar no dia-a-dia, para trabalho. Pegava no batente, como se diz na gíria, empunhando pá, enxada, carrinho de mão, metendo a mão na massa para ajudar na construção de igrejinhas e escolas. Dava especial atenção à comunidade de Santa Rita e visitava diariamente os enfermos internados no Hospital Eufrásia Teixeira Leite. Aliás, era lá, no Hospital Eufrásia, que ele residia numa sala cedida pela administração. Também visitava os doentes em casa sempre que era chamado, levando conforto, esperança e fé não somente para o doente mas para toda a família.

Nas festas de Santa Rita sua dedicação era completa! Participava da novena de preparação com toda a comunidade e celebrava várias missas no dia 22 de maio, dia dedicado à padroeira. Sempre convidava o bispo o qual servia-se da oportunidade para ministrar o sacramento do crisma não só para os crismandos da comunidade de Santa Rita mas de toda a cidade.

O povo de Vassouras, em especial o povo do Madruga, estimava por demais o Padre Salésio e ainda o venera até aos dias de hoje. Seu nome é uma referência significativa de pessoa dedicada à Igreja, às comunidades, à educação e formação de cidadania cristã e social. Seu nome, está perpetuado na cidade intitulando o prédio do CPP da comunidade de Santa Rita de Cássia e o CIEP 297 situado na Avenida Paulo Torres.

Em 1978 o bairro do Madruga foi sacudido pela notícia da transferência de sua estrela maior para a cidade de Campo Lindo, no interior de São Paulo. Houve protesto, a imprensa local apoiou e divulgou o protesto, o bispo foi questionado mas de nada resultou a movimentação popular, o Padre Salésio foi mesmo transferido de Vassouras. Mas sua lembrança e memória ficarão eternas e suas obras permanecerão para testemunhar sua tão marcante passagem pela cidade.

É jargão no Madruga que o Padre Salésio “deu a vida pela comunidade de Santa Rita, pelo bairro do Madruga, e por todas as comunidades onde trabalhou”.





VICENTE CELESTINO




O famoso cantor e seresteiro romântico Vicente Celestino possuía uma chácara no Bairro do Madruga, em Vassouras. Hoje em suas terras estão instalados o Hospital Universitário Severino Sombra e um loteamento residencial que leva seu nome. A rua do Hospital Universitário chama-se Rua Vicente Celestino.


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